segunda-feira, 12 de junho de 2006



um mundo de anjos tortos


BEM SEI QUE ALGUMAS VEZES o futebol modifica a rotina do planeta. Como na Roma, onde os gladiadores cumpriam esse papel, à custa da própria vida. Como na Grécia, que se mobilizava pelos Festivais Dionisíacos. Mas eram outros tempos. E o mundo também tinha menos densidade demográfica.
Bem sei que naquele tempo como agora, a velha máxima do “Panis et Circenses” continua atual.
Durante a Copa do Mundo, esquecemos desavenças, inimizades, corrupção, política, pobreza, diferenças. O que, por um lado, é bom, saudável. Mas, ainda assim, a Copa do Mundo não passa de anestésico.
E a dor de cabeça sempre volta depois. Às vezes mais forte.
Bem sei também que o saldo é bastante positivo. Os povos e as nações se confraternizam, novas amizades são feitas, o esporte infla um desejo de competição saudável, agregador, coletivista. Muito diferente do sistema capitalista em que vivemos.
Se eu fosse candidato à presidente da Organização das Nações Unidas e, se essa organização gozasse de credibilidade, eu proporia uma Copa do Mundo por ano. Uma vez em cada país. Com eliminatórias nos restantes dos meses.
Proporia também que o esporte fosse o regente e a mola-mestra de um novo sistema de capital.
Nem socialismo, nem comunismo, nem capitalismo.
Sistema de Futebol. Onde todos precisam de todos, para o objetivo comum.
Bem sei que nesse caso, o Brasil seria sim, o país do presente, a potência futebolística, o lugar das oportunidades.
Mas também sei que só futebol não nos livraria das mazelas que o ser humano carrega desde o ventre das cavernas, quando ainda andava sobre quatro patas.
Porque o homem é um bicho torto por natureza. E sistema nenhum há de funcionar sob este aspecto.
Mas Garrincha também era torto e encantou o mundo.
Portanto, minha última sugestão como gestor da ONU seria propor também, o renascimento do homem, com o homem assumindo seu lado torto, falho, torpe.
E todos jogariam futebol, felizes. Até os que não sabem jogar, teriam lugar nos times.
Afinal, a gente sempre dá um “jeitinho” nas coisas, não é mesmo?


wallace puosso

5 comentários:

Anônimo disse...

é... se a gente pudesse fazer tudo aquilo que a gente quiser... seria uma maravilha... ( ou nao!) mas sempre no nosso ponto de vista.
O futebol, a COPA em si, tomou conta de tudo. Nos noticiarios, os blocos são dedicados a isso. Enfim, o que nos resta é torcer...

beijos...

Anônimo disse...

Você falou exatamente o que eu penso sobre a Copa, cara! Parabéns, Puosso!

i disse...

O Brasil fica um país insuportável durante a Copa, não acha? Ter que conviver com o Galvão Bueno? Ninguém merece!

Anônimo disse...

Falai, companheiro Escrevinhador. PAra o brasileiro, não adianta. O futebol, vprincipalente a COpa do Mund vira uma droga poderosoa que contagia a todos, tanto que estamos falando justamente sobre futebol? Essa dorga vicia, mais que crack? Craque? Isso também tem no futebol, não é mesmo? Talvez, por isso, nos deixa tão ligados, tão viciado no nosso Planeta Bola. Um grande abraço a todos.

Anônimo disse...

Só acho que uma Copa por ano não seria muito bom: é anestésico demais e com o tempo poderia perder o efeito. Era preferível continuar de quatro em quatro, como já está...
Aqueta.
aqueta.zip.net