tag:blogger.com,1999:blog-149309702024-03-24T23:09:34.908-07:00Escrevinhadores - Crônicas do CotidianoLuiz Henrique Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/01169347383371874552noreply@blogger.comBlogger63125tag:blogger.com,1999:blog-14930970.post-81298494450164157292013-06-18T07:05:00.001-07:002023-07-13T05:39:57.042-07:00<div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6j7eVCloM00S16wz2h76x5ehlxrGvQ9Kn_tQ7cAKyfq7z7eDpDZsNzCPYJhLtyFoKQ_D3VfSnFdr9F9ma2b3Ev_ngCI2vXJh9FJlEJ1tK7xXjAvGk3fnRGUudi7KD1oK_py2H8A/s1600/revolution_fist.jpg" imageanchor="1" ><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6j7eVCloM00S16wz2h76x5ehlxrGvQ9Kn_tQ7cAKyfq7z7eDpDZsNzCPYJhLtyFoKQ_D3VfSnFdr9F9ma2b3Ev_ngCI2vXJh9FJlEJ1tK7xXjAvGk3fnRGUudi7KD1oK_py2H8A/s400/revolution_fist.jpg" /></a><br /><span style="font-size: 78%;">foto: http://poetasdonegro.blogspot.com.br/2010/09/revolucao-poetica.html</span><br /><i><b>“A mão que toca um violão, se for preciso, faz a guerra. Mata o mundo, fere a terra. A voz que canta uma canção, se for preciso, canta um hino. Louva a morte.”</b><br />(Marcos Valle, Paulo Sérgio Valle)</i></div><br><br>Os ventos sopram hoje de um modo diferente. O trânsito está anormal para um dia como hoje, para esta hora. As pessoas parecem silenciosas, mas seus olhares, seus modos, seus poros gritam alto e tornam o silêncio ensurdecedor.<br>Há mais coisas que se podem ver em tal calmaria. É tudo falso, é tudo um prelúdio, igual à calmaria que dizem anteceder um tsunami ou um tornado.<br>A situação foi levada por muito tempo, e chegou às raias do insustentável. O bom humor, uma hora, cedeu à necessidade de falar sério. Mas não é apenas uma pessoa a falar. Se uma andorinha, apenas, não faz verão, que cheguem mais veranistas. É assim que se percebe um movimento.<br>Logo, um único assunto em pauta, como conversa de bar, trará outros. Todos com sua devida urgência e revolta, vários deles tão interligados que mal dá para saber onde termina um e começa o outro. Como uma fagulha num depósito de pólvora, todas estas vozes falarão juntas, ávidas por ouvidos que a escutem e mãos que façam acontecer as mudanças esperadas.<br>
E então, quem está realmente pronto para aquilo que está por vir?Tomhttp://www.blogger.com/profile/01139505404763775141noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-14930970.post-84263852429573602432013-05-21T18:50:00.001-07:002013-05-21T18:52:45.978-07:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsFxEdSg8uyNpG2UOHuSbT6kRxMNi4q8A_o7PtqBZexk1-eh_XoPldUCGttx_31fI9W9y7jVBart2KQtuQ8NYpAnHfJ0TveQqvNAWC6TQymlxOEmE9xvUd1PRLm0dRHHtefl1bHg/s1600/hera.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsFxEdSg8uyNpG2UOHuSbT6kRxMNi4q8A_o7PtqBZexk1-eh_XoPldUCGttx_31fI9W9y7jVBart2KQtuQ8NYpAnHfJ0TveQqvNAWC6TQymlxOEmE9xvUd1PRLm0dRHHtefl1bHg/s320/hera.jpg" /></a></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><b>hera (ou o último pôr-do-sol no jardim de irene)</b> </span></div>
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Arrumou cuidadosamente a bolsa: chaves, carteira, batom, creme, estojo de óculos, um pequeno livro de pensamentos. Última vista no guarda-roupas ainda cheio. Levaria apenas o que estava vestindo. Nada mais. Atravessou a casa ecoante e, ao adentrar o jardim, sentiu-se Eva. Deixou-se tomar pelo ar puro, as águas cristalinas e as heras que subiam por suas pernas fazendo-lhe calor e desejo. Sentiu-se repartir em duas. Ramificar. E deu a luz. Hoje, árvore frondosa rodeada de outras árvores compõe um jardim de encantos. Sombra, água, vento, perfume e sonhos. </span><br />
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"> <b>Wallace Puosso</b></span>
wallace p.http://www.blogger.com/profile/03481170670986882525noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-14930970.post-91174001944316737582013-05-08T16:51:00.001-07:002013-05-09T19:43:05.596-07:00De novo, não!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKhcGlF7vnn7lfiw4zt-TorlUELwfDxRdZTGCTOGSJ56zGG8KJLwWUyKBUH0jc2VEcQ08wc70xtP68i4i1wbwBUNb1Q54LN0B7kgcdH6N1bFcidlFTmqzcITSLmWbrDT0lxTiF1g/s1600/microondas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="236" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKhcGlF7vnn7lfiw4zt-TorlUELwfDxRdZTGCTOGSJ56zGG8KJLwWUyKBUH0jc2VEcQ08wc70xtP68i4i1wbwBUNb1Q54LN0B7kgcdH6N1bFcidlFTmqzcITSLmWbrDT0lxTiF1g/s320/microondas.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Vivemos em um mundo muito moderno, onde as crianças já
nascem praticamente sabendo como lidar com um telefone do mais avançado, ligar
a tevê de alta resolução sem precisar pedir para os pais, navegar pela internet
com desenvoltura invejável. É natural – cada um aprende a se virar de acordo
com a sua época. Por isso que sabemos que aquelas pessoas que nasceram há
muitas décadas atrás não fazem a menor ideia de como lidar com as modernidades
atuais, e isso também é perfeitamente natural até que esses senhores e senhoras
se encontram numa situação da qual não é possível fugir. Pode acontecer com
qualquer um, inclusive com você que está lendo isso agora, daqui a alguns anos.
Nunca se sabe, portanto não se ria, ora essa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Vejamos o caso da Dona Lila. Senhorinha de setenta e poucos
anos, baixinha, pele enrugada e com aquelas manchas características de
senhorinhas de setenta e poucos anos. Seus longos cabelos grisalhos davam-lhe o
ar de respeito, juntamente com seu óculos de aro pequeno delicadamente pendurado
quase na ponta de seu nariz, transformando o rosto de Mariana (seu nome
verdadeiro, pois Lila era um apelido carinhoso de seu falecido marido, e que
acabou pegando na vizinhança) em algo muito parecido com uma obra de Niemeyer.
Era uma idosa de aparência simpática, exceto quando tinha que lidar com um
pesadelo recorrente em sua rotina: um micro-ondas que ganhou de sua filha no
dia das mães do ano passado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Ela acabou aceitando o presente com sorrisos, sinceramente
feliz por ter sido lembrada por Ana, sua filha mais velha e a mais afastada
dela, por conta do casamento e do fato de morar longe da casa de sua mãe.
Porém, passada a festinha, veio a constatação:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
- O que diabos vou fazer com esse negócio?!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Acabou chamando o neto mais novo de sua melhor amiga, a
vizinha Vitória, tão velhinha quanto ela. Vitinho era um rapaz de quinze anos, moreninho,
boné de aba reta virado pro lado, andava na rua com óculos espelhado e umas
correntonas que deixavam Dona Lila apavorada, pois achava aquele visual um
horror. E realmente era mesmo. Mas como não havia a quem recorrer, pediu que
ele fosse até a casa dela para ligar aquela caixa branca na tomada e para
ensiná-la como é que se mexia naquilo. Como ele não tinha nada para fazer
depois do colégio matinal (e obviamente pressionado pela avó), ele topou e foi.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Mas o moleque se limitou a sentar-se numa cadeira e indicar
os comandos para Dona Lila que, de pé diante do micro-ondas, quebrava a cabeça
para adivinhar o que devia fazer, enquanto ele se pendurava em seu celular
ultramoderno:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
- Ó, a senhora pega e aperta esse botão aí do lado desse
botãozão vermelho, esse grandão, pra descongelar as carnes. Aperta esse, daí a
senhora programa quantos minutos precisa pra descongelar e quantos quilos tem a
carne que a senhora botou aí dentro, depois aperta o último botão ali, aquele
marrom...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
- Menino, será que dá pra você levantar daí e vir aqui me
ajudar? Não tô entendendo nada...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
- Não dá não, tô aqui com uma mina no Whatsapp...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A velhinha tinha posto um prato de carne dentro do aparelho,
só pra testar. Mas era um prato de plástico, e como todos sabem (se não souber,
é porque você também não deve gostar muito de tecnologias...) esse tipo de
material não se dá bem com fornos assim. E pra ajudar, esqueceu uma colher
junto. Eis que ela conseguiu ligar, mas quando as faíscas começaram a sair de
lá de dentro, tanto ela quanto o moleque saíram correndo, achando que, no
mínimo, aquele troço ia explodir. Não explodiu, mas rendeu a Vitinho um belo
sermão tanto de Dona Lila (que no susto apareceu descabelada e de chinelos na
rua, coisa que ninguém nunca tinha visto até então) quanto de Dona Vitória; e, claro,
sermão à moda antiga.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O fato é que no dia das mães desse ano, tudo corria bem até
que os vizinhos ouviram um grito vindo da casa da velha Mariana. Ela havia
acabado de abrir seu mais novo presente, dado pela filha mais nova, Júlia, que
morava no estrangeiro. Não foi muito difícil para quem ouviu o que ela disse,
em alto e bom som, adivinhar o que ela quis dizer quando descobriu que havia
ganho um notebook novinho em folha:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
- Pelo amor de Deus, de novo não!<o:p></o:p></div>
Luiz Henrique Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/01169347383371874552noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-14930970.post-26320697866373684762013-04-30T20:16:00.000-07:002023-07-13T05:46:30.599-07:00<div align="center">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtGX7TGbzqtMLLUagaE9vkD4biwvqg1P4ZiCMeVvhi-1ZTkcq9d-ZZMV75OdVMBpR_Fcy70NGwVKihonAgxcnx1JTGYh0mv0g3QTdEkd-cl6BbCSXtD685Y6IA0P1mVkYM-wGoBA/s1600/pais+filhos.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5084993265144347250" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtGX7TGbzqtMLLUagaE9vkD4biwvqg1P4ZiCMeVvhi-1ZTkcq9d-ZZMV75OdVMBpR_Fcy70NGwVKihonAgxcnx1JTGYh0mv0g3QTdEkd-cl6BbCSXtD685Y6IA0P1mVkYM-wGoBA/s1600/pais+filhos.jpg" style="cursor: hand; cursor: pointer;" width="300" /></a><br />
<span style="font-size: 78%;">foto: kleberejulia.blogspot.com</span><br />
<i><b>“I love you, I love you, I love you - That's all I want to say until I find a way, I'll say the only words I know that you'll understand...”</b><br />(John Lennon, Paul McCartney)</i></div><br>
Eu curti cada momento da minha gravidez, sabe? Tirei até fotos com a mesma pose e fiz um mural mostrando a evolução da minha barriga! Meu marido até ficou "grávido" junto comigo, o máximo!<br />
<div style="text-align: center;">
Ai, gente, essa gravidez daria uma novela, vocês nem imaginam! Foi difícil ficar grávida... mas eu consegui! Eu não via a hora de ter esse serzinho fora de mim para poder amá-lo bem muito - e voltar a ficar magra, claro!</div>
<br />
<div style="text-align: right;">
Quando eu conheci a minha filha, ela já estava grandinha. Aliás, foi ela quem me adotou, e não o contrário.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Foi difícil... muito difícil... Assim que soube que eu tava grávida, aquele salafrário sumiu no mundo e me deixou sozinha. Mas eu não me rendi, e cá estamos nós!</div>
<br />
<br />
Não há palavra melhor que MÃE, há? Lembro de uma frase que minha pópria mãe sempre me disse: "não sou sua pareceira. Eu sou sua amiga, mas acima de tudo, sou sua MÃE."<br />
<div style="text-align: center;">
As crianças me chamam pelo meu nome. Não acho estranho, é até melhor - quem sabe, mais para a frente, ninguém diga que sou mãe, mas irmã, não é?</div>
<br />
<div style="text-align: right;">
Ela me chama de "pãe"... É engraçado, mas acho que é isso o que sou, mesmo. PÃE dela. Não é fácil ser um cara solteiro lidando com uma criança. Mas vale muito a pena!</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
"Mainha", "mãe", "dona", "senhora"... Ele é bem espirituoso, nome não falta pra me chamar, todos respeitosos!</div>
<br />
<br />
Bem, eu adoraria criar minhas crianças para ficarem sempre junto de mim, mas a gente sempre sabe que a gente cria filhos pro mundo, né? Só nos resta passar nossos valores a eles e tentar orientá-los, rezando muito para que eles escolham o melhor caminho.<br />
<div style="text-align: center;">
Amor, não há educação melhor para uma criança que aquela que ela pode receber num internato. Aprender desde cedo a se virar, saber que não há papai e mamãe pra sempre. Mas lógico que, quando chegam em casa para os feriados, têm todos os mimos possíveis à espera deles. Também sinto saudades deles e quero compensar todo o tempo longe.</div>
<br />
<div style="text-align: right;">
Não sei, direito, que tipo de pai eu sou. Sei que quero que minha menina seja uma cidadã de bem, que ela saiba sempre o quanto é amada e estimada, quero que ela tenha a vida que eu mesmo não tive. Minha filha tem tanto direito a ser feliz quanto eu!</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Rezo todos os dias pela felicidade dos meus. Trabalho muito duro pra manter nossas bocas e espero servir de exemplo para tudo de bom e de ruim em sua vida. Quero ver meu filho se tornar um homem trabalhador e honesto, que não fuja de seus atos.</div>
<br />
<br />
Eu daria a minha vida pelos meus filhos...<br />
<div style="text-align: center;">
Eu daria a minha vida pelos meus filhos...</div>
<br />
<div style="text-align: right;">
Eu daria a minha vida pela minha filha...</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Eu daria a minha vida pelo meu filho...</div>
<hr />
Quero, em nome dos ESCREVINHADORES, desejar as boas-vindas a todos vocês de volta! Esperamos que curtam a reabertura deste espaço tanto quanto estamos curtindo estar juntos a escrever novamente para vocês.
Tomhttp://www.blogger.com/profile/01139505404763775141noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-14930970.post-13304353103605092202007-09-04T16:29:00.000-07:002007-09-04T16:50:35.787-07:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEha8e-uTd8Y59zib2JT4O1S4_3M5Ezc40PiQex1Dvmtw2LZbLh93fO3Xegxo8POZRd3pNayNHtTGqou0v3ACF8do5PmzdgilkQ6RrKRGuf583KznNLnoNMl3lbKAiU8le4-nYgfWg/s1600-h/wa_montagem_jpg.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5106500496508963378" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" height="144" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEha8e-uTd8Y59zib2JT4O1S4_3M5Ezc40PiQex1Dvmtw2LZbLh93fO3Xegxo8POZRd3pNayNHtTGqou0v3ACF8do5PmzdgilkQ6RrKRGuf583KznNLnoNMl3lbKAiU8le4-nYgfWg/s320/wa_montagem_jpg.jpg" width="379" border="0" /></a><br /><div align="center"><strong><span style="font-size:130%;color:#666600;">E N C A M I N H A M E N T O S L I N E A R E S</span></strong></div><br /><div></div><br /><div align="center"><em>ou Um coelho no País das Maravilhas</em></div><br /><div><br /><br />Fica combinado assim, desde sempre: meus dias seguem os encaminhamentos lineares do calendário. Não olho pro lado, sigo em frente. Um espetáculo sucede outro que sucede outro que sucede outro. Um filme aqui, outro livro lá. Por anos, meses, semanas. A segunda vem sempre depois do domingo, o fim de semana sucede a semana tumultuada. Sem espaço pra descanso. Sigo em rota de colisão há tempos.</div><br /><div><br />Os males da contemporaneidade estão tatuados pelo corpo. Meu corpo encontra outros na mesma situação. Formamos uma multidão de corpos marcados pela urgência, sobrevivência, luta inútil contra o tempo. Luta inútil pra não ser esquecido. Não é também por isso que insistimos em arte? Pra enganarmos o tempo?</div><br /><div><br />Não construímos mais pensamentos, só pontes que encurtam caminhos e nos trazem soluções práticas para angústias diárias. Pensar dói. Criar também. Sensações e sentidos são ferramentas para explorar o desconhecido. Mas esquecemos de olhar pra dentro. Sou só uma máquina de produzir sensações. Nos outros. Na arte. Pra compreender melhor o mundo. Coisas que não dão dinheiro na lógica fria do capitalismo. </div><br /><div><br />Muitas vezes, digo o oposto do que sinto, para que os outros me entendam de uma vez. Paciência é uma virtude e custa caro. Atalhos e tempos esgotados não explicam tal coisa. Às vezes me sinto como o coelho do País das Maravilhas. Vivemos correndo atrás de quê, mesmo? Ah... esqueci de pensar nisso!</div><br /><div><br />Às vezes compramos a passagem sem saber bem pra onde e nem prestamos atenção no caminho percorrido.Talvez uma saída seja parar numa estação qualquer no meio do caminho e respirar um pouco de ar. </div><br /><div></div><br /><div>Antes que seja tarde. </div><br /><div><br /><br /><strong>wallace puosso</strong>, setembro de 2007</div>Unknownnoreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-14930970.post-5194975451504511942007-07-08T17:02:00.000-07:002023-07-13T05:48:02.576-07:00<p align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgu3jt9H7PytxKxpWihgufFQuTRJsVMErJCEPv-0ERFUK5VGxYmYdo-qC6gUnbB-nOapfBXhwy3Q63Vs8APg08_xDQOp1KsdQJ7hurlHlAs3QrQcpOPJUrbaRFh9C8vmR_V4Qob/s1600-h/boloaniversario.jpg"><img style="cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgu3jt9H7PytxKxpWihgufFQuTRJsVMErJCEPv-0ERFUK5VGxYmYdo-qC6gUnbB-nOapfBXhwy3Q63Vs8APg08_xDQOp1KsdQJ7hurlHlAs3QrQcpOPJUrbaRFh9C8vmR_V4Qob/s320/boloaniversario.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5084993265144347250" width="300" /></a><br><span style="font-size:78%;">foto: http://www.squeep.com/</span><br><i><b>“Hoje vai ser uma festa! Bolo e guaraná, muitos doces pra você...”</b><br>(Xuxa, Mauricio Vidal)</i></p><i>Parabééns praa voo-cêêê...</i><p align=right>Hoje é o meu aniversário!! Meu, meu MEU!!! Yay, yay, YAY!!!</p><i>Nesta daaaa-taaa quee-rii-da...</i><p align=right>Meus amigos, minha festa, meu bolo, meu TUDO!!! Como eu amo essa data! Quem pensar em estragar a MINHA festinha vai se ver comigo!</p><i>Muitas fee-lii-cii-da-des...</i><p align=right>Quem meter o dedo no MEU bolo antes da hora, vai perdê-lo... quem ousar soprar a MINHA vela quando for a hora de EU soprar vai perder os dentes!</p><i>Muitos aanos de vi-daaaa!!!</i><p align=right>Quem pegar nos MEUS presentes sem eu deixar vai levar um chute nas canelas - bem, só deixo a mamãe... Ah, como eu amo essa data!</p><i>É pique! É pique! É pique, é pique, é pique!<br>É hora! É hora! É hora, é hora, é hora!<br>RÁ... TIM.... <b>BUM!...</b></i>Tomhttp://www.blogger.com/profile/01139505404763775141noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-14930970.post-23080372593082660242007-06-15T22:32:00.000-07:002007-06-15T22:45:25.855-07:00<span style="font-size:180%;color:#cc0000;"><strong>Até que a morte os separe<br /></strong></span><br /> <em> “Mulher tenta se jogar da torre de telefonia celular após ser<br />abandonada pelo parceiro.”<br /></em><br /> O amor e a morte andam sempre de mãos dadas. Muita gente já matou ou já cometeu atentados contra a própria vida em nome do amor. Até mesmo na fonética o amor e a morte acabam se encontrando. Amor/A mor te, talvez por isso a expressão “morrer de amor” seja tão pronunciada por poetas e românticos inveterados.<br />Esse sentimento de querer morrer por amor já acometeu muita gente, mas principalmente as mulheres são vítimas desse tipo “loucura temporária”, a maioria dos casos de tentativas de suicídios passionais, as têm como protagonistas. Quantas vezes voocê já não teve um pensamento suicida?<br /> O homem, com seu espírito machista, geralmente, reage de forma diferente, ao invés de atentar contra a própria vida parte para o ataque e procura agredir a ex-parceira ou até mesmo a pessoa com quem ela esteja convivendo ou até mesmo os filhos, que se tornam vítimas de sua ignorância. Tenho certeza que muitos dos que estão lendo este texto, já tiveram pensamentos insanos como esse, seja por ciúme ou por confundir sentimentos.<br /> Mas, muitas vezes, como em uma novela a morte pode aproximar duas pessoas. Muitos romances podem começar de uma tentativa de cometer uma loucura. Afinal, nessas horas, o ser humano está mais frágil e pré-disposto a se agarrar na primeira “tábua de salvação” que aparecer. Pode ser em um momento como esse o grande amor irá aparecer na vida de uma pessoa. Mas, um alerta: não atentem contra a vida para ter uma chance de conseguir um grande amor. Tente, isso sim, ser mais observador. Pode ser que ele esteja mais próximo que imagina, afinal, o amor está na vida. O grande amor pode morar ao lado ou ter convivido com você a vida inteira e ainda não haver se revelado de forma clara. Procure, busque, nunca desista. Se um lhe abandonou o outro pode estar esperando a grande oportunidade de se jogar, não de cima de uma torre de telefonia celular, porém em seus braços e querendo viver uma paixão avassaladora, para depois se transformar em um grande amor, para, no final da vida, existir uma bela e profunda amizade e respeito, recheada de muito sexo e emoção, até que a morte os separe.Flávio Perinahttp://www.blogger.com/profile/12071897714981161680noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-14930970.post-87999188091534843252007-06-06T12:25:00.000-07:002007-06-06T12:30:36.776-07:00O e I<a href="http://bp1.blogger.com/_o4mq165WxDM/RmcKpP5YrJI/AAAAAAAAAAM/rbP4HTuvm9k/s1600-h/core.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5073035209014291602" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://bp1.blogger.com/_o4mq165WxDM/RmcKpP5YrJI/AAAAAAAAAAM/rbP4HTuvm9k/s200/core.jpg" border="0" /></a><br /><div><strong>NA ESCOLA</strong></div><strong><br /><div><br /></strong></div>Em seu primeiro dia de aula, Fábio emperrou na porta da sala de aula. Estava com medo da escola nova, pois não conhecia ninguém ali. Para um menino fraco e pequeno que estava na primeira série, era um medo justificável. Paralisado na porta, interrompia o caminho da grande e espaçosa Laura...<br />- Menino, sai da minha frente, por favor?<br />Quando se preparava pra responder... levou um empurrão [tapão] nas costas e voou cerca de um metro e meio pra dentro da sala.<br />Chorou e tomou (por todos os dias letivos até o ínicio da terceira série) despeito da atitude grosseira da nova coleguinha. Isso porque a tal infernizava o pobrezinho. Chamava de fracote, nerd, boboca, magrelo, esqueleto, palito-de-dente. Pegava material sem pedir. Quebrava seus brinquedos até que ele parou de trazer. Às vezes até dava uns tapas, pois na maioria das vezes eram uns murros mesmo. Mas chegou um dia em que a gorducha foi embora para Catanduva.<br /><br /><strong>NA VIZINHANÇA</strong><strong></strong><br /><div><br />- Fábio, esta é a Dona Carla, nossa nova vizinha.<br />- Prazer, Dona Carla – Cumprimentou o jovenzinho de doze anos.<br />Dona Carla era doceira. Mulher trabalhadora e muito gentil. Ótima vizinha, Fábio adorou ter uma doceira que...<br />- MÃE! ONDE tem mais daquele BOLO sensação?<br />... Tinha uma filha chamada Laura.<br />Saindo para o portão, lá estava a mesma gorduchinha enérgica, maior e mais espaçosa. Pois é... vejam como são as coisas... O pesadelo voltou para Fábio, mas agora, com 13 anos.<br />- Laura deve começar a ir para a mesma escola que Fábio a partir de amanhã. – Comenta Dona Carla.<br />Ótimo. Chegou o tempo para Fábio ter a sua desforra.<br />Anos de vacas magras para Laura, e de gordinhas maltratadas para Fábio. Ofensas, brincadeiras de mau gosto, piadinhas no meio das aulas... Laura foi perseguida por Fábio até o terceiro colegial.<br /><br /><strong>NA FORMATURA</strong></div><strong></strong><br /><div><br />Acabou a festa e é hora de todos se despedirem. Os amigos que passaram por tantos momentos juntos devem agora se separar e viver novos caminhos e novas aventuras.<br />Àquela altura do campeonato, Laura já atendia mais por “Gorda” do que por qualquer outro “apelido carinhoso” e Fábio olhava quando lhe chamavam por Palito-de-Dente. Talvez o momento mais solene da cerimônia foi quando o Palito-de-Dente foi pedir desculpas à Gorda por todas as ofensas e brincadeiras estúpidas que se decorreram no colegial.<br />A Gorda por sua vez também se desculpou por todos os danos feitos, o material quebrado e os bofetes dados desde os tempos do primário. E não é que pela primeira vez se abraçaram?<br />Se acha pouco, eles também trocaram telefones, já que a Gorda não morava mais num bairro próximo ao do Palito-de-Dente. E a troca de desculpas/telefone, teve um bom resultado. Segue.<br /><br /><strong>NA IGREJA</strong></div><br /><div><strong></strong></div><br /><div>- Irmãos e Irmãs, estamos aqui hoje celebrando o matrimônio de Fábio Souza Campos com Laura Silva Prados....</div><div> </div><div><strong>Tema do Mês:</strong> Casamento. =]</div>Anonymousnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-14930970.post-33402564478046243222007-05-26T05:08:00.000-07:002023-07-13T05:54:43.320-07:00De onde viemos?<br />Pra onde vamos?<br />Como surgiu o Universo?<br />Quem é o Papai Natureza?<br />Quem são os pais da Mamãe Natureza?<br />Como surge o fogo?<br />De onde vem a água?<br />Até onde vai a terra?<br />Pra onde vai o vento?<br />Quem surgiu primeiro? O ovo ou a galinha?<br />Por que o pum fede e o perfume cheira?<br />Por que o papai usa terno todo dia nesse calorzão?<br /><br />O Malabi sabe, mamãe?<br /><br /><p align=center><img style="cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRiL4kp2XFW0N9aTje6GSVgw4DfFEfdRqPc3HayQMe9wEA0fQ9HYI7OSOUCMEBRdtJRuZDSr5RSZOFETGF0TjknVKSfiNYP_fjDOA_oFldaJy1NGz8Vg3Ms3-B64inIVfXef97/s320/tvcolosso.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5069621878168734338" /><br><i><b>Malabi, bi-la-ma, ma-bi-la, ma-ma-bi-la...</b><br>(Laura Finocchiar, Leca Machado)</i></p>Tomhttp://www.blogger.com/profile/01139505404763775141noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-14930970.post-81810990747109935682007-05-21T16:34:00.000-07:002007-05-21T16:40:24.459-07:00cena em relevo, retrato em sépia<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuR-gLQMO6RBix9mmsYb1URze6AHSPtJaAfyZNyEhvI5GGlIVY9sLf0CZJLx19-6xOwDHkUnMUZLvpsiXB80-Y1zayXese1OLLzg2V62FfZ3K8b8TKVvFL38eE4OfLxZgg9hcQrg/s1600-h/02-2.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5067162432619616690" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuR-gLQMO6RBix9mmsYb1URze6AHSPtJaAfyZNyEhvI5GGlIVY9sLf0CZJLx19-6xOwDHkUnMUZLvpsiXB80-Y1zayXese1OLLzg2V62FfZ3K8b8TKVvFL38eE4OfLxZgg9hcQrg/s320/02-2.jpg" border="0" /></a><br /><div></div><div></div><br /><div>Severino andava tranqüilo por uma rua qualquer, olhar perdido, cantarolando uma canção qualquer, dessas sem verso nem refrão. Severino padrão, igual a tantos outros que perambulam pelas ruas. De repente impulsionado por nada dobrou uma esquina, oitocentos metros depois outra & três casas depois adentrou sorrateiro por uma porta suspeita, dessas com tinta descascada & faltando número, subiu apressado quatro lances de escada & num corredor com lâmpada queimada entrou num quarto suspeito, abriu uma cachaça barata, dessas com tampinha e nome esquisito, ligou no jornal das oito & enquanto cid moreira centenário & absoluto discorria sobre os males do homem, Severino enforcou-se com a gravata nova no encanamento do banheiro malcheiroso e num canto da boca um sorriso: teria enfim a paz, seria enfim feliz, ele que quase conseguiu, quase se formou, quase se casou, quase venceu, quase subiu na vida, quase conseguiu ser ele mesmo, Severino com um quase sobrenome, como tantos outros severinos quase gente em meio ao buraco negro da cidade grande, ele um quase severino.</div>Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-14930970.post-65066723162513796892007-05-08T13:58:00.000-07:002007-05-08T14:01:46.673-07:00<span style="font-family:times new roman;font-size:180%;color:#3366ff;"><strong>Mistério na praia</strong></span><br /><br />O corpo nu, estava ali, estendido no chão. O sol já apontava no horizonte. As mulheres dos pescadores começaram a se aproximar. As crianças, em um misto de medo e desconfiança agarravam-se nas pernas de suas mães. Na praia, junto com o corpo, jazia algum lixo trazido pelo mar.<br />As perguntas sobre quem era aquela pessoa começaram a ser ouvidas. Todos cochichavam e se perguntavam se alguém conhecia. Ninguém sabia responder.<br />Os meninos pegavam pedaços de pau e cutucavam o corpo para ver se tinha alguma reação as mulheres começavam a comentar sobre a beleza plástica daquele homem.<br />- Nossa, que desperdício. Se meu marido fosse assim, eu nem deixava ele sair da cama.<br />Os risinhos eram invitáveis enquanto as mulheres procuravam tampar os olhos das meninas que ficavam vermelhas diante da nudez do morto.<br />- Seria até mesmo capaz de me apaixonar por ele. Nossa que homem.<br />- Quem será ele? Será algum náufrago? Será que o mataram?<br />- Não parece ter sido morto por alguém ou ter sofrido algum acidente. Não tem sinal nenhum no corpo. Aliás, que corpo... Aff!!!<br />- Mamãe, esse morto vai pegar a gente à noite?<br />- Calaboca, menina! Ela não vai pegar ninguém não. Mas se pagasse, ai...<br />Uma a uma, as mulheres começavam a se sentir excitadas. Uma estranha atração as deixava em um estado de êxtase, vendo aquele corpo sem vida, porém, belo, atrativo...<br />Uma estranha luz começou a crescer e se tornar cada vez mais brilhante. Não se conseguia definir de onde vinha. Ofuscava a todos. As mulheres começaram a ficar apavoradas, porém, uma estranha sensação de prazer ainda dominava seus corpos. Uma sensação de gozo dominava a todas e procuravam proteger seus olhos.<br />Quando a intensidade da luz começou a diminuir, uma estranha névoa cobria a praia. Ouviram um barulho como algo caindo no mar. Olharam em direção onde estava o corpo na esperança de vê-lo por ali e aproveitar um pouco mais do prazer de sua beleza.<br />Nada mais viram. Começaram a andar em direção de suas casas comentando o que havia acontecido.<br />- Nossa! Que sonho estranho tive essa noite. Mas, foi tão bom... Ai, ai...<br />- Engraçado. Também acordei com uma estranha sensação, mas não sei o que é...- Sei lá... Só sei que está tão bom... Vi uma luz, um homem... Aliás, não tinha um homem caído ali na praia?Flávio Perinahttp://www.blogger.com/profile/12071897714981161680noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-14930970.post-41368793040835412102007-04-29T10:04:00.000-07:002007-04-29T10:11:30.883-07:00FOOL-Turo<span style="color:#000099;">E aí gente!! Saudades dessa caixinha aqui hehe... Post atrasado pra variar, mas acho que tenho um desconto por ser o aniversariante do mês ;D.<br />Vamos ver se eu ainda funciono como blogueiro! ;)<br />Bom... achei engraçado o post do Luiz pois quando fiquei sabendo do tema pensei em algo muito parecido... Custou pra refazer minha idéia, e aí está ela... espero que gostem! =)</span><br /><br /><br /><strong><em><span style="font-size:130%;">Fool-Turo</span></em></strong><br /><strong><em><span style="font-size:130%;"></span></em></strong><br />(CMSH, 67 de ouctubro de 3050)<br /><br />- Querido, não está cansado?? Está trabalhando nessa manutenção há horas... não quer parar um pouco para repôr as energias??<br />- Obrigado querida, mas na verdade não falta muito....<br />- Entendo... percebi que este deu bastante trabalho.<br />- É verdade, estava todo desrregulado e...<br />- Claro, como a maioria... Escuta, fiquei sabendo que a última tecnologia dos chips complementares é o 304 da HR... já temos desse?<br />- Eu ainda não comprei esse, mas na verdade é pouca diferença... Neste aqui eu usei o HR-600...<br />- Qual era o problema desse??<br />- Não tinha nenhum chip complementar... deu um trabalhão pra desligá-lo, quando cheguei na casa do meu cliente ele era uma máquina de destruição... Estava pronto pra detonar tudo!<br />- Nossa!<br />- Sim, é bom que todos tenham um chip logo... bom saber que ainda existem alguns que não tem “bugs”, nem dão “tilts”.<br />- Só espero que continuem existindo, mas do jeito que as coisas vão... ....ei, que programação é essa que você está fazendo agora?<br />- Ah, essa aqui é pra que ele seja mais cooperativo com os outros. Já fiz as configurações para que ele seja pacífico e gentil, já reprogramei sua memória para que todas as lembranças que lhe trazem qualquer tipo de comportamento negativo sejam deletadas automaticamente assim que passem da tolerância. Também refiz as programações que dizem respeito aos sentimentos dele, tais como a absorção de ódio, raiva, stress e todo tipo de energia que prejudica seu corpo. Agora com certeza ele será mais carinhoso com seus semelhantes, isso é ótimo.<br />- NOSSA! Esse tava problemático mesmo!!<br />- É, além disso também instalei um filtro nele, pois estava liberando uma quantia acima do recomendado de CO2...<br />- É, o seu cliente devia saber que ele já precisava ter um desses... depois que leva uma multa não sabe por quê...<br />- Querida... impressão minha ou o telefone está tocando?<br />- Vou atender!!<br /><br />A esposa vai até o telefone e atende:<br />- Casa de Manutenção de Seres Humanos XTL-670 , Ciborgue 458-ZY, boa tarde?Anonymousnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-14930970.post-34477321596960457852007-04-21T19:13:00.000-07:002023-07-13T05:56:22.796-07:00<p align="center"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5056109776297503250" style="CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDUrJCiofIgzPQULfwAXUj_taznlvn7zlgK2fRlcCvaxUUfsCnk65lce0ymCacFEd84ukqNkDtCuhy5ExoSz0vc7eWcSHEHaQJhVlxpG-l-VxEiozRPWBj1nq0rpGkJavotmhG/s320/Estudio.jpg" border="0" width="300" /><br /><span style="font-size:78%;">foto: www.broadjam.com/, editada por Tom</span><br /><i><b>“All this pressure on me cuz I don't know what to say...”</b><br />(Shaznay Lewis)</i></p><br /><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0.9pt 0pt 0cm; TEXT-INDENT: 72pt; TEXT-ALIGN: justify">- Nada ainda, cara?</p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0.9pt 0pt 0cm; TEXT-INDENT: 72pt; TEXT-ALIGN: justify">- Pois é, tá brabo, aqui...</p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0.9pt 0pt 0cm; TEXT-INDENT: 72pt; TEXT-ALIGN: justify">- Você bem poderia considerar as opções, né?</p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0.9pt 0pt 0cm; TEXT-INDENT: 72pt; TEXT-ALIGN: justify">- E tolher minha criatividade, minha alma como artista?</p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0.9pt 0pt 0cm; TEXT-INDENT: 72pt; TEXT-ALIGN: justify">- Não precisa ser tão a ferro e fogo, assim! Lembre-se de que há um emprego a zelar, ou acha que a companhia pagará mais meses de estúdio sem nada de concreto para mostrar em troca? Se forem bem generosos, vão mandar músicas prontas feitas pra você! E os seus fãs?</p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0.9pt 0pt 0cm; TEXT-INDENT: 72pt; TEXT-ALIGN: justify">- Que tem eles?</p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0.9pt 0pt 0cm; TEXT-INDENT: 72pt; TEXT-ALIGN: justify">- Eles também não lhe esperarão por muito tempo! Ou acha que, com todo este furacão na internet, alguém irá esperar por um artista que não compõe mais nada a tanto tempo? É bom ter algo prra mostrar, e que seja um <i>hit</i> logo!</p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0.9pt 0pt 0cm; TEXT-INDENT: 72pt; TEXT-ALIGN: justify">- É... parece que estou meio perdido, mesmo... quais as minhas opções?</p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0.9pt 0pt 0cm; TEXT-INDENT: 72pt; TEXT-ALIGN: justify">- Bem, você pode ir ao bom e velho computador, aqui, do estúdio... nós temos aquele programa novo que consegue copiar a sua linha de pensamento... assim, o computador mesmo pode compor as suas canções do jeit que você as comporia.</p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0.9pt 0pt 0cm; TEXT-INDENT: 72pt; TEXT-ALIGN: justify">- Mas aí não seria eu!</p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0.9pt 0pt 0cm; TEXT-INDENT: 72pt; TEXT-ALIGN: justify">- Sim, seria você... pense que seria apenas o seu corpo se poupando de esforço... e quem disse que você não poderia mexer pessoalmente no resultado que o computador trouxesse?</p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0.9pt 0pt 0cm; TEXT-INDENT: 72pt; TEXT-ALIGN: justify">- Não, não gostei dessa opção nem um pouco! Qual a outra?</p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0.9pt 0pt 0cm; TEXT-INDENT: 72pt; TEXT-ALIGN: justify">- Bem, a outra é mais cirúrgica... seu cérebro está cansado... então, você pode fazer o transplante... certamente, você fez o seu clone, pra esses casos, não?</p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0.9pt 0pt 0cm; TEXT-INDENT: 72pt; TEXT-ALIGN: justify">- Claro que não! Um clone seria outro ser, assim como eu!!! Não poderia fazer isso com outra pessoa!</p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0.9pt 0pt 0cm; TEXT-INDENT: 72pt; TEXT-ALIGN: justify">- Pô, cara! Facilite a nossa vida, né? Eu sou só um engenheiro de som! Você que inventou de ser cantor/compositor/produtor, aqui!</p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0.9pt 0pt 0cm; TEXT-INDENT: 72pt; TEXT-ALIGN: justify">- Quer dizer que sótenho estas duas opções, com todo o avanço científico e tecnológico?</p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0.9pt 0pt 0cm; TEXT-INDENT: 72pt; TEXT-ALIGN: justify">- Por ora, é só, cara! Eu recomendaria repouso, mas você perdeu esta opção, depois destes anos todos sem lançar algo novo. A pressão irá começar a surgir logo, logo, é bom se preparar!</p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0.9pt 0pt 0cm; TEXT-INDENT: 72pt; TEXT-ALIGN: justify">- Então, já que é assim, eu me rendo... chamem os colaboradores...</p>Tomhttp://www.blogger.com/profile/01139505404763775141noreply@blogger.com12tag:blogger.com,1999:blog-14930970.post-9035250185706246602007-04-19T21:04:00.000-07:002007-04-20T13:45:32.811-07:00PANIS ET CIRCENSES<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQu5DbMSaLzOytSMubQ-a1drLyxuqnxGNHAuwBaeqSBVC8Wn3hFEvJbTpeci47oTbzcISmAVo7DLF11SW37rxe7rXoTT5DMw30cu_LzFvVIceH7EldxlTGPtGjTalrm0OsSOvrtQ/s1600-h/051208_computador_futuro.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5055356853447603826" style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center;" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQu5DbMSaLzOytSMubQ-a1drLyxuqnxGNHAuwBaeqSBVC8Wn3hFEvJbTpeci47oTbzcISmAVo7DLF11SW37rxe7rXoTT5DMw30cu_LzFvVIceH7EldxlTGPtGjTalrm0OsSOvrtQ/s320/051208_computador_futuro.jpg" border="0" /></a><br /><br />Hoje é dia de final de Copa do Mundo. Os amigos da comunidade M... já compraram as entradas com pelo menos seis meses de antecedência. Debitado na conta virtual de crédito e financiamento do Banco John’s Paul Morgan.<br /><br /><div>Os caras da comunidade M... são de vários países. Dois mexicanos, um americano, uma francesa, um australiano, três ingleses e um marroquino. Comunicam-se em dialeto msênico e transitam por todo mundo em viagens turísticas virtuais.<br /></div><br /><div>A Copa do Mundo ainda é o maior evento do planeta. Transmitido para mais de 170 países e disponível também para público virtual, já há pelo menos 20 anos. Funciona assim: você entra em contato com os organizadores do evento (em vídeo-conferência se for um grupo de pessoas) e escolhe num mapa, qual lugar quer se sentar no estádio. Os valores variam de acordo com a visibilidade pretendida. Escolhido o local, você recebe uma senha e, dependendo do tipo de plano escolhido, tem acesso a câmeras exclusivas: no vestiário, ao lado do banco de reservas, na beira do túnel por onde os jogadores entram em campo e por aí vai. Uma gama enorme de possibilidades.<br /></div><br /><div>Os amigos resolveram adquirir também, entradas exclusivas para a grande festa de encerramento, que costuma lotar casas noturnas após o término do jogo. São vendidas como parte do pacote e dá o direito à pista de dança, bar, lounge, jardins suspensos e camarotes vips.<br /></div><br /><div>Hoje então, os amigos da comunidade M... se conectam pelo menos umas 3 horas antes do início do jogo. As cadeiras são todas próximas. Para os australianos, ainda é madrugada, mas isso não parece ser problema. Há muito tempo, o mundo deixou de ser orientado por regras de horário comercial, bancário e de bolsas de valores. Os horários são flexíveis, assim como as relações trabalhistas, sociais e financeiras. Aliás, os amigos só mantêm suas nacionalidades por uma questão de respeito às culturas locais. Há pelo menos três décadas, os países deixaram de ter fronteiras físicas e passaram a se organizar em grandes blocos. Pra ser exato, quatro.<br /></div><br /><div>Ah... as cervejas ainda são reais. Pedidas pelo monitor global (uma espécie de TV em rede mundial) são entregues em casa em menos de 10 minutos. E são pagas em créditos virtuais.<br /></div><div>Bem, quanto ao jogo, ninguém sabe ao certo se é real ou não. Mas também ninguém parece se importar.<br /></div><br /><div>A diversão está garantida. </div><div>.</div><div>.</div><br /><strong>Wallace Puosso, 2057</strong>Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-14930970.post-70495515447267106112007-04-08T13:12:00.000-07:002007-04-19T10:58:54.977-07:00Tecnologias...<div align="center"><strong><em></em></strong><br /></div><a href="http://oesi.cervantes.es/TLTODOS/imagenes/tecnologias-del-texto.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; width: 320px; text-align: center;" alt="" src="http://oesi.cervantes.es/TLTODOS/imagenes/tecnologias-del-texto.jpg" border="0" /></a><br /><div align="center"><strong><span style=";font-family:Trebuchet MS;font-size:180%;" ></span></strong></div><br /><div align="center"><strong><span style=";font-family:Trebuchet MS;font-size:180%;" ></span></strong></div><br /><div align="left"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Estava cá pensando: até onde vai essa coisa de avanços tecnológicos, onde é que nós vamos parar? Certo é que esses avanços facilitam a nossa vida, mas será que chegaremos a extremos? Fui pra cama ontem com esse pensamento. Depois de ler um artigo sobre como será a nossa vida daqui 100 anos. Nossa não. A de nossos descendentes. A não ser que arrumem um pulmão artificial pra mim, que esse aqui já tá gasto desde já. Enfim.</span><br /></div><div align="left"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Conversando com o Zé, amigo de longa data, chegamos a conclusão de que tecnologia demais acaba afetando demais, acaba estragando a graça de viver. Você, meu amigo, gostaria de viver 250 anos, mesmo com aquele corpinho de 200? Eu não consigo achar graça. Me imagino indo a um consultório médico, não mais para me consultar, mas para trocar meu pâncreas. Ou tendo de parar uma corrida no meio porque meu pulmão parou de funcionar, quanta inconveniência ter de trocar de pulmão no meio do caminho, que saco. E dá-lhe a gente se abrindo, literalmente falando, no meio da rua, arrancando um pulmão usado, jogando-o no lixo, arrancando outro da mochila e colocando no lugar.</span><br /></div><div align="left"><span style="font-family:Trebuchet MS;">E se de repente todas as figuras lendárias fossem mantidas vivas? Tem algumas atualmente que nem precisam, já dormem no formol. Mas outras... pesquisei com meus sobrinhos:</span></div><br /><div align="left"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><br /><div align="left"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Lucas, quem você queria que vivesse pra sempre?</span><br /></div><div align="left"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Bush.</span></div><p><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Não. Não me parece boa idéia, descartemos isso, deixa pra lá. Nossos descendentes podem fazer escolhas erradas com todo esse avanço que certamente virá. E eu é que não quero estar aqui pra ver. E se estiver ainda de pé - metaforicamente falando - que seja muito fácil: se é pra ficar alienado, que inventem uma maneira de me tirar as retinas, que desse desastre não quero nem saber. Segue aí três casos possíveis que eu inventei agorinha. Ou não... </span><br /></p><p><br /><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"><strong>CENA I</strong></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Dois senhores no bar, conversando.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">- Manoel, quando que é seu aniversário mesmo?</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">- Dia 21 de abril.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">- Legal. Quantos anos? Se me permite perguntar, claro.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">- Sem problemas. Vou fazer 142.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">- Que coisa. Dez anos mais velho que eu. E nem parece.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">- Obrigado. </span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">- Mas me diz, Manoel, o que você fez para parecer mais novo?</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">- Simples, Antônio. Depois que eu troquei meus órgãos por órgãos artificiais, tudo ficou mais fácil. Só foi trocar o rosto por um mais novo. Recomendo.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"><strong>CENA II</strong></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">- Querida, cheguei.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Os dois se encontram na porta de entrada da casa, se beijam carinhosamente. Ele, Renato, 35 anos, moreno, olhos claros, cabelos negros caindo nos ombros, vestindo um terno já meio batido, mas nada muito chamativo. Humano. Ela, Cássia, 30 anos, morena, cabelos negros e longos, olhos azuis, vestindo uma roupa casual. Fruto de avançada tecnologia robótica.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">- O que temos para jantar hoje?</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">- O de sempre, Renato. O de sempre...</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">- Não conseguiu variar, ainda?</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">- Não. Não consegui achar o programa que atualiza as receitas.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">- Que pena. Lá vamos nós comer canja de galinha novamente... cadê as crianças?</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">- Foram passear no shopping. Só o Lucas, que está dormindo.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Renato entra no quarto do pequeno Lucas, seu filho de três anos. O menino dorme tranquilamente, Renato observa. Quando ele se aproxima mais do berço do garoto, este acorda e começa a chorar em alto e bom som. Com todo cuidado, o pai o carrega, levanta a camisa da criança, localiza o controle de volume em suas costas, e deixa no mudo. Lucas volta ao seu sono tranquilo.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"><strong>CENA III</strong></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Um grande público prestigia uma partida de futebol. Há grande rivalidade entre os times, é um jogo disputado, muito corrido. A multidão vibra com as jogadas. Até que um lateral do time X acerta em cheio a perna esquerda do atacante do time Y. Fratura exposta, coisa feia mesmo. Entram os médicos no campo, prontamente. Correm para socorrê-lo. Ele não esboça nenhuma reação. E a perna lá, toda torta. O médico-chefe analisa a perna, coça o cavanhaque e grita.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">- Ô Jorge, pega uma perna de titânio lá no vestiário, uma esquerda. Vamos ter de trocar essa.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">O tal Jorge corre e volta com uma perna esquerda novinha. Retiram aquela que entortou com o impacto, rosqueiam a nova e o jogo segue normalmente.</span> </p>Luiz Henrique Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/01169347383371874552noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-14930970.post-1157481103741313872006-09-05T10:55:00.000-07:002006-09-05T11:31:43.946-07:00<a href="http://photos1.blogger.com/blogger/2518/1384/1600/lagarta.jpg"><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://photos1.blogger.com/blogger/2518/1384/320/lagarta.jpg" border="0" /></a><br /><p><strong>Como posso saber?</strong></p><p></p><p>Uma coisa é fato. Coisa que jamais ninguém poderá provar nem cientificamente, nem teoricamente é, sem dúvida, a existência de vida abstrata. Estamos falando sobre Deus.<br /><br />Fui batizado, recebi a primeira comunhão, fui crismado. Por um tempo ajudei na igreja. Fazendo leituras, formando leitores, passando dinâmicas de grupo. Sem dúvida foram bons tempos. Ótimos tempos. Hoje em dia já não sou muito de igreja, já não consigo mais acreditar em tanta coisa.<br />Porém, aconteceu algo que me forçou a retomar uma posição em relação à existência (ou não) daquilo que os olhos não vêem. Conversando com um amigo ateu, conhecendo um pouco mais de um lado que a maioria recrimina, comecei a me questionar sobre o que realmente penso e o que realmente dá sentido à minha vida...<br />Certo também é que não duvido do poder da ciência e sua vantagem em relação à crença. A ciência mostra o como, o por quê, o quando, o onde e o quê, enquanto você precisa apenas confiar no que alguém te ensinou (ou impôs) para evidenciar a existência do sobrenatural. Pela simpatia que tenho pela ciência e pelo que sempre me foi ensinado me surgiu este conflito interno – o que é certo?<br />Pensei durante a noite, na hora de dormir, e percebi que indo ou não para a igreja, minha vida continuou a mesma, só o que mudou foi minha conceituação no que diz respeito à espiritualidade. E neste combate dos meus preceitos religiosos confrontando meus conhecimentos científicos, acabei me perdendo e dormindo... dormi com a preocupação da existência – ou não – de uma força transcedente...<br /><br />No dia seguinte, tentei passear no parque (dar uma volta antes do expediente), e algo me iluminou e reorganizou as informações que voavam desesperadas na minha mente.<br /><br />Acho que na noite anterior eu não queria ter certeza que Deus existe mas...<br /><br />Enquanto eu ver castelos e bolos de aniversário na areia do parquinho,<br />e ver pipas coloridos no céu<br />e bicicletas velhas no chão,<br />e pequenos sorrisos por todos os lados,<br />e rabiscos em pedaços de papel<br />e ver que a infância existe...<br /><br />Enquanto eu perceber que<br />Amor maternal existe<br />Bichinhos de estimação leais existem<br />Flores existem<br />O Sistema Solar existe<br />Pessoas que na miséria não desistem de lutar existem<br />Bebês existem<br />Artes plásticas existem<br />Arquitetura existe<br />A morte e a vida coexistem<br />A força da natureza existe<br />Pessoas boas existem<br />A sabedoria a serviço do bem existe<br />Diferentes culturas existem<br />Os cinco sentidos existem<br />A evolução das espécies existe<br />Pessoas com problemas existem<br />E os sonhos destas mesmas existem<br /><br />E eu existo (tão complexo)<br />E você existe (tão diferente)<br />O ateísmo que me desculpe mas... Nunca vou conseguir adotar essa crença de que não exista sequer um ser (ou uma energia que move o mundo) que esteja bem longe de ser compreendido e explicado por um simples e complexo ser humano.</p><br /><p>------------------------------------------------------------------------------------------------</p><p>Tema do mês: Crença</p>Anonymousnoreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-14930970.post-1156650004007596752006-08-26T20:39:00.000-07:002006-08-27T19:33:19.760-07:00<p align="center"><img src="http://photos1.blogger.com/blogger/7200/821/1600/writing-2.jpg" width="300" /><br /><span style="font-size:78%;">foto: http://www.squeep.com/</span><br /><i><b>“We will always be together forever as one...”</b><br />(DJ Danski, Delmundo)</i></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0.9pt 0pt 0cm; TEXT-INDENT: 72pt; TEXT-ALIGN: justify">- A.!!!</p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0.9pt 0pt 0cm; TEXT-INDENT: 72pt; TEXT-ALIGN: justify">- Oi, B.!</p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0.9pt 0pt 0cm; TEXT-INDENT: 72pt; TEXT-ALIGN: justify">- Você pode brincar? A turma toda tá indo pra pracinha!</p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0.9pt 0pt 0cm; TEXT-INDENT: 72pt; TEXT-ALIGN: justify">- Vou perguntar pra minha mãe. Ela tá meio braba comigo porque eu joguei bola dentro de casa.</p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0.9pt 0pt 0cm; TEXT-INDENT: 72pt; TEXT-ALIGN: justify">- Quer que eu vá pedir por você?</p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0.9pt 0pt 0cm; TEXT-INDENT: 72pt; TEXT-ALIGN: justify">- Não, B.. Vai lá! Se minha mãe deixar, eu vou.</p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0.9pt 0pt 0cm; TEXT-INDENT: 72pt; TEXT-ALIGN: justify">- Tá certo, então! Vejo você lá, certo?</p><p></p><hr /><br /><p></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0.9pt 0pt 0cm; TEXT-INDENT: 72pt; TEXT-ALIGN: justify">Olá, menina C.!</p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0.9pt 0pt 0cm; TEXT-INDENT: 72pt; TEXT-ALIGN: justify">Sim, eu sou muito amigo de sua mãe B.! Há um bom tempo que ela e eu não nos escrevemos, não sabia que ela já tinha uma menina! Posso apostar que você é tão bonita quanto a sua mãe, acertei?</p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0.9pt 0pt 0cm; TEXT-INDENT: 72pt; TEXT-ALIGN: justify">Como está a sua mãe? Espero que muito bem! Se puder, diga a ela que não esqueça dos amigos aqui em ..., certo? Diga que estamos todos com muitas saudades e esperando as suas cartas espirituosas.</p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0.9pt 0pt 0cm; TEXT-INDENT: 72pt; TEXT-ALIGN: justify">E você, C.? Se diverte muito com as suas bonecas? Ou prefere brincar com bolas e carrinhos como as meninas de hoje em dia? Sabe, eu também tenho um filho, o nome dele é D.. Acho que vocês poderão ser grandes amigos, caso se encontrem por aqui, ou até em alguma visita que possamos fazer aí, caso não haja problema!</p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0.9pt 0pt 0cm; TEXT-INDENT: 72pt; TEXT-ALIGN: justify">Bem, mande um beijo grande pra sua mãe, certo?</p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0.9pt 0pt 0cm; TEXT-INDENT: 72pt; TEXT-ALIGN: justify">Um beijinho para você!</p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0.9pt 0pt 0cm; TEXT-INDENT: 72pt; TEXT-ALIGN: justify"></p><p align="right"><strong>A.</strong></p><p></p><hr /><br /><br />---------- Original message ----------<br />From: A <$$$-#####@_______.com><br />Date: dd/mm/aaaa hh:mm<br />Subject: Olá!<br />To: _________@_____.com<br /><br />Olá, garotinha E.!<br /><br />Fico muito feliz em saber que você é neta da B.! Somos grandes amigos desde a infância, será bom ter contato com ela através de você!<br /><br />Sabe, eu também tenho um netinho, o nome dele é F.. Acho que vocês dois podem se dar muito bem!<br />Ele irá se mudar com os pais para a sua cidade. Quem sabe vocês não se encontram e se tornam grandes amigos, assim como sua avó e eu?<br /><br />Mande um beijo bem grande para ela, está certo?<br />Um beijinho para você, <p align="right"><strong>A.</strong></p>Tomhttp://www.blogger.com/profile/01139505404763775141noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-14930970.post-1156287064502920752006-08-22T15:09:00.000-07:002006-08-22T16:03:59.646-07:00<a href="http://photos1.blogger.com/blogger/1456/1909/1600/gedney_sf1.jpg"><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://photos1.blogger.com/blogger/1456/1909/320/gedney_sf1.jpg" border="0" /></a><br /><div align="left"><span style="font-family:verdana;font-size:180%;"><strong></strong></span></div><div align="left"><span style="font-family:verdana;font-size:180%;"><strong></strong></span></div><div align="left"><span style="font-family:verdana;font-size:130%;color:#ffff00;"><strong>o h i a t o e n t r e a s p a l a v r a s</strong></span></div><div align="left"><strong><span style="font-family:Verdana;font-size:130%;color:#ffff00;"></span></strong> </div><div align="left"><span style="font-family:verdana;font-size:78%;"> </div></span><div align="left"><span style="font-family:verdana;font-size:78%;"></span></div><div align="left"><span style="font-family:verdana;font-size:78%;"></div></span><div align="left"><span style="font-family:verdana;">Como a caneta busca papel e palavras completam espaços em branco, como a voz dá cor à espera, discursos comovem e arrancam aplausos. Como a língua busca o beijo e o beijo cala a palavra vã, o sacerdote se esquiva da dúvida para sustentar a fé de um séqüito de céticos ávidos pelo paraíso virtual.<br /><br />Todo fanático sabe.<br /><br />Impor: pelo medo, pelo credo, pelo beijo, pelo desejo, pelo certo e pelo errado.<br /><br />Como a guerra sustenta o generalato, a galopada corta o vento enraizado rumo ao leste.<br /><br />Como um sorriso que esconda em si a maldade que o tempo usurpou, como a agulha busca a veia, a raiva toma o lutador. De um cano a bala parte e o ponto cego ofusca olhos que não olham nada.<br /><br />Visões desfocadas pelo belo e o medo do incerto.<br /><br />Como a mentira toma pra si o teor das trevas e toda confissão precede a sentença ainda que tardia e mesmo que falhe. A dúvida precede a confiança, que é o que deve ficar depois de tudo.<br /><br />Depois de tudo.<br /><br />Intermitentes presságios a martelar a consciência, orações que buscam respostas, respostas sem perguntas, o jogador que na sorte aposta, o amor daquilo que não se gosta, o silêncio entre as canções, busco o hiato entra as palavras.</span></div><div align="left"><span style="font-family:Verdana;"></span> </div><div align="left"> </div><div align="left"><span style="font-family:Verdana;"></span></div><div align="left"></div><div align="left"><span style="font-family:Verdana;"></span></div><div align="left"><span style="font-family:Verdana;"></span></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong>wallace puosso</strong></span></div>Anonymousnoreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-14930970.post-1155578229734334682006-08-14T10:53:00.000-07:002006-08-14T11:22:16.763-07:00Um enfarto do coração, um daqueles quase fulminantes, que não dão chance nem da pessoa sentir dor. O sujeito cai, no meio-fio, com apenas um grito abafado de dor. Ninguém o ajuda imediatamente. Pudera, não havia ninguém na rua. Ele cai, morto. Seria o fim. Seria mesmo?<br /><br />Acham o corpo frio e sem vida algumas horas depois. Ao invés de levarem para o caminho antes natural, o IML, o levam para o hospital, aonde antigamente se tratavam somente pessoas vivas. Depois que um cientista (provavelmente europeu) revolucionou alguns aspectos da medicina, os hospitais recebem pessoas vivas e mortas também. E, por mais incrível que isso possa parecer, todas elas saem saudáveis e bem-dispostas do prédio.<br /><br />O tal homem enfartado é levado para uma sala de operações. Abrem-lhe o peito, implantam em seu coração um chip que dá impulsos elétricos no músculo coronário, e faz com que seu coração volte a bater, quase que magicamente. Alguns dias depois, o homemque deveria estardebaixo de sete palmos de terra sai tranqüilamente porta afora, com a garantia médica de que ao menor sinal de morte eminente, o chip avisará o hospital, que entrará em contato com ele, para impedir o chato inconveniente de morrer novamente no meio da rua. Até onde o homem deve brincar de ser Deus?<br /><br />**<br /><br />- Preciso comprar um rim, um coração e um pâncreas.<br />- Mas afinal, pra que você quer um pâncreas?<br />- O meu está dando sinais de cansaço, acho que tá na hora de trocar.<br />- Ah, tá. Então tá. Se acha necessário... aliás, nunca achei o pâncreas necessário.<br />- Você por acaso sabe pra que serve o pâncreas?<br />- Não faço a menor idéia. Sei que o temos, e sei que o seu está defeituoso.<br />- Eu também não sei. Sabia, o médico havia me explicado da primeira vez que eu o troquei. Mas, para mim, ele serve só pra doer e dar câncer.<br />- Realmente... mas você acha que seu coração necessita de troca? Faz quanto tempo que você colocou esse coração artificial que você usa? Uns 60 anos?<br />- Que é isso, tá me chamando de velho? Faz uns 40 anos, somente. Troquei quando fiz 80.<br />- Há! Então tá na hora de trocar. E o rim, han? Você lembra da época em quese precisava ficar dependurado numa máquina imensa, do tamanho de uma parede, parafiltrar o sangue,para não morrer?<br />- Mal me lembro. Mas devemos agradecer a Deus pela tecnologia alcançada.<br /><br />**<br /><br />Teu cachorro abana o rabo com displicência. Olha para você com aquele olharde cachorro sem dono. Pede comida. Rola, finge de morto. Corre pra lá e pra cá como uma besta desembestada. Isso quando não está lendo jornal, ou conversando sobre política econômica ou a taxa básica de juros com você. O cachorro, feito de aço e microchips por dentro e com uma aparência mais do que normal por fora, conversa com você, passa sua roupa, come com garfo e faca, atende telefone, além de urinar no seu tapete e correr atrás do próprio rabo. Depois que inventaram essa nova tecnologia, nunca mais as coisas foram as mesmas. Tudo mudou. A vida mudou. As pessoas não morrem mais, demoram a envelhecer, e tem cachorros eletrônicos. Ao ver um desses exemplares, um velho senhor saudoso das épocas passadas pensa em como o homem gosta de brincar de deus.Luiz Henrique Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/01169347383371874552noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-14930970.post-1154970802623820822006-08-07T10:03:00.000-07:002006-08-07T10:13:22.653-07:00<a href="http://www.ched.uct.ac.za/chedit/images/pc.gif"><img style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand" alt="" src="http://www.ched.uct.ac.za/chedit/images/pc.gif" border="0" /></a><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;color:#ffff66;"><strong>Novidades e urubuzadas<br /></strong></span><br /><br />Assistir o lançamento do foguete com a nave Apolo 11 na TV (preto e branco) do vizinho de frente da casa foi uma emoção indescritível. Quando ouviu dizer que o homem havia chegado à lua então, foi um alvoroço total.<br />- É mentira! Dizia Fio, um garoto, alguns anos mais velho, metido a saber de tudo.<br />Ao mesmo tempo que discutia, tragava seu Continental, sem filtro e cuspia insistentemente no chão.<br />No auge de sua curiosidade, Pedro ficava procurando ouvir tudo o que os garotos mais velho discutiam.<br />Uns defendiam que era tudo verdade, que os Yankees haviam finalmente chegado à lua, outros, que não, que era tudo montagem, que foi filmado em um deserto qualquer ou em um estúdio de cinema, afinal areia existia em qualquer lugar. Até hoje, ninguém sabe dizer se o homem chegou ou não à lua.<br />Mas, Pedro foi crescendo e procurando descobrir o que era verdade e o que era mentira e foi percebendo que em tudo o que era novidade, sempre existiam os que defendiam e os que achavam tudo aquilo uma bobagem passageira.<br />Foi assim quando pela primeira vez começou a filmar com uma câmera de um amigo, em super 8mm. Logo vinha aquele seu velho amigo dizendo que aquilo “é uma besteira, a revelação é caríssima. Além disso, para colocar som, ainda precisava que o estúdio de revelação abra a banda magnética para gravar posteriormente. O investimento não vale o resultado”. Pedro nem ligava e ficava ansioso esperando os rolos de filme chegarem para poder assistir uma imagem meio tremida, porém, era ele que estava realizando a maravilha do cinema. Era isso que importava. Percebeu também que era sempre a mesma pessoa que tinha uma palavra negativa para dar sobre toda e qualquer tecnologia que aparecesse no mercado. Assim foi em relação à TV colorida, ao vídeo-cassete e outras novidades da modernidade. Fio, sempre vinha dizer que a TV colorida poderia causar esterilidade, o vídeo-cassete iria acabar com a sétima-arte, e blá, blá, blá... Para tudo ele tinha que dar um palpite... E errava sempre... Era uma pessoa que via em tudo o apocalipse, porém, suas previsões nunca se comprovavam e quando questionado, sempre dava um jeito de achar uma outra “profecia”. Era do tipo “mentiroso” compulsivo. Sempre inventava alguma coisa para encobrir o que havia falado anteriormente.<br />Quando Pedro comprou seu primeiro computador, saiu contando para todo mundo. Seus amigos ficaram encantados com a novidade, pois, era um dos primeiros a aparecer por ali. Todo mundo queria escrever seu nome e imprimir em “letras grandes” na impressora matricial de 9 agulhas. Era um Apple, uma maravilha da micro-tecnologia.<br />Um dia, Pedro estava se esforçando para tentar resolver um probleminha em um programa que tentava fazer no computador e aparece Fio na porta de seu escritório.<br />Pedro leva um susto e diz:<br />- Ah! Não! Querer contestar que computador é uma boa coisa eu não admito!<br />- Calma! Não vim contestar nada, não. É que a turma toda estava falando de seu computador, que eu acabei querendo conhecer e saber como funciona. Aliás, quero até que você faça um cartaz com meu nome pra eu botar na porta de meu quarto. Pelo que já vi na TV e nas revistas sobre computador tenho que dar meu braço a torcer: essa é a tecnologia do futuro. Inclusive, vi alguma coisa que é muito difícil uma máquina dessa dar um defeito...<br />Fio nem terminou de falar. Um barulho surdo se fez ouvir na sala. A tela de um verde luminoso tornou-se um verde-escuro, sem vida.<br />Pedro berrou um palavrão e mandou Fio se retirar.<br />- Cai fora daqui, seu urubulino. É a primeira vez que você concordou com alguma coisa e pifou meu computador. Vai ser negativo assim no quinto dos infernos. Pelamordedeus!!! Fio saiu, o mais rápido possível. Acendeu um Holllywood e foi pela calçada à fora. Cuspindo insistentemente no chão, sem entender muito aquela história.</div>Flávio Perinahttp://www.blogger.com/profile/12071897714981161680noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-14930970.post-1151694997368359422006-06-30T12:11:00.000-07:002006-06-30T12:16:37.393-07:00<span><span><strong>Futebolosofia </strong></span></span><br /><br /><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://photos1.blogger.com/blogger/2518/1384/320/bola.jpg" border="0" /><br />Certa vez estive a observar um jogo de futebol numa dessas quadras que eles fazem nas praças... Não que eu tenha grande admiração pelo esporte, mas a quem não foi dado o talento esportivo e nem mesmo o espírito esportivo, resta pois, observar quem o tenha.<br /><br />Observava os garotos pobres, e alguns ricos, e alguns componentes do esporte... Os passes, os passos, a atenção na bola e nos parceiros e os seus passos e passes. Os dribles no oponente, o cuidado para não marcar faltas, a delicadeza na condução da bola, a vontade de fazer gol. A determinação, o suor, o esforço.<br /><br />A luta.<br /><br />Logo vi que haviam também algumas garotas torcendo (provavelmente namoradas e coleguas aspirantes a namoradas) e alguns amigos. Incentivo geral, colaboração nos momentos em que o jogo apertava pro time preferido, conselhos, opiniões, participação. Energias positivas. Atenção no jogo, e mais conselhos, quase como se suas vozes possuíssem o corpo dos namorados.<br /><br />Esperança e luta.<br /><br />E cada drible, cada falta, cada gol dava um gosto de ser visto (um daqueles livros em que você sabe o final mas isso não lhe tira o prazer de ler).<br />E assim se seguiu. E voltando a observar os garotos pobres e alguns... sabe o que percebi??Eu só estava observando o que falta para nosso país evoluir...<br /><br />***( interprete como quiser, afinal o leitor é você... )***<br /><br />------------------------------------------------------------------------------------------------<br /><br />Peço desculpas pelo imenso atraso deste. Abraços a todos.Anonymousnoreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-14930970.post-1150575287752217782006-06-17T13:04:00.000-07:002006-06-17T19:46:01.730-07:00<p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0.9pt 0pt 0cm; TEXT-INDENT: 72pt; TEXT-ALIGN: justify">Bem, galera... hoje, será um pouquinho diferente!</p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0.9pt 0pt 0cm; TEXT-INDENT: 72pt; TEXT-ALIGN: justify">Normalmente, eu sou o Escrevinhador que aparece aqui uma vez a cada cinco semanas mostrando uma foto e citando uma musiquinha que servem de introdução para um conto qualquer escrito em cima da hora para dar um descanso do brilhantismo dos escrevinhadores anteriores, a fim de não se fazer pensar muito e, talvez, rir um pouco ou chorar. Desta vez, não tem figura, nem música. Hoje não tem conto algum. E hoje estou disposto a fazer pensar, sim! Mas vou continuar sendo direto, como sempre!</p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0.9pt 0pt 0cm; TEXT-INDENT: 72pt; TEXT-ALIGN: justify">Eu nunca fui um fã ardoroso de futebol. Na verdade, nunca entendi a finalidade de ficar correndo atrás de uma bola com mais vinte e um machos num campo. Mas, como todo brasileirinho, joguei na infância. O fato de ser um perna-de-pau da pior marca e ninguém me querer junto em time algum me fizeram desistir de vez da empreitada, e fui atrás de coisas mais interessantes a mim, como papel, caneta, livros e uma boa piscina (natação é o que há!).</p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0.9pt 0pt 0cm; TEXT-INDENT: 72pt; TEXT-ALIGN: justify">Mas, em épocas de copa do mundo, sempre surgia todo aquele clima... era ótimo quando não as aulas iam só até o meio da tarde, e o resto do dia estava liberado pra brincar com meus amigos. Depois do jogo, logicamente... Mas o mais legal era ver que todo mundo andava sempre junto, durante um breve tempo de jogos. Ali, todo mundo era brasileiro! Preto, amarelo, vermelho, branco, porteiro, empresário, <i>playboy</i>, vagabundo, mendigo... no final das contas, todos somos brasileiros, unidos num objetivo comum: defender nossa suposta supremacia no esporte chamado futebol.</p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0.9pt 0pt 0cm; TEXT-INDENT: 72pt; TEXT-ALIGN: justify">E então, bastaram quatro anos para que eu pudesse aprender mais sobre o mundo e dizer: <b>QUE GRANDE MERDA!</b></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0.9pt 0pt 0cm; TEXT-INDENT: 72pt; TEXT-ALIGN: justify">É época de copa, é o maior oba-oba, somos todos brasileirops e estamos vestidos de verde-amarelo... uma beleza, não? Até eu, que ODEIO assumidamente a cor amarela, não consigo evitar de usar, pelo menos, uma fitinha com a cor amarrada ao pulso ou pinçada à camiseta. Mas quero ver quem tem a coragem de me responder a duas perguntas:</p><ul><li>Você abraçaria aquela pessoa que você abraçou comemorando o campeonato, o bi, o tri, o tetra ou o penta e nunca mais viu se o/a visse num dia qualquer na rua? <li>Você usaria todo este aparato verde e amarelo (azul e branco, embora também haja na bandeira, não vale citar, por serem menos usados nessas ocasiões e por serem usados demais no dia-a-dia) num dia qualquer como, por exemplo... vamos citar uma data específica... num dia 26 de agosto?</li></ul><br /><p align="center">.<br />..<br />...<br />....<br />.....<br />(grilos)<br /><br /><b>NINGUÉM???</b><br />"Oh, eu não acredito!..."<br /><br />Mentira, gente... Eu já imaginava que a resposta seria essa.</p><p></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0.9pt 0pt 0cm; TEXT-INDENT: 72pt; TEXT-ALIGN: justify">Sei bem que, se o contigente de comentários continuar o mesmo para os textos que são escritos neste blog, eu provavelmente serei cruxificado ou taxado de "anti-patriota" e todo o "diabo a quatro" mais... e, honestamente, não estou dando a mínima. E por que esta revolta? Porque simplesmente brasileiro é <b><u>patriota de butique.</u></b></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0.9pt 0pt 0cm; TEXT-INDENT: 72pt; TEXT-ALIGN: justify">Patriota de butique, sim!... Vem cá, ô, colega... sim, eu estou falando com <b>VOCÊ</b>, mesmo... por acaso, você já sabe em quem você vai votar nesta eleição? Não? Ainda nem pensou no caso? Realmente... o hexacampeonato é muito mais importante que essa besteira de política, digaê... Afinal, todos os outros times são tetra... se um se tornar penta, o que será de nós como maior potência? Onde ficará o nosso orgulho?</p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0.9pt 0pt 0cm; TEXT-INDENT: 72pt; TEXT-ALIGN: justify">Gente, torcer é bom e faz um bem danado pro ego, sei muito bem. Eu também torço, não sou de ferro. Mas ter a cabeça no lugar é muito mais importante! <b>Um título de futebol é só um título de futebol, mais nada!</b> Vocês têm assistido ao horário político nos últimos anos? Eu sei, eu sei... é muito chato, quando a novela das oito (nove!) já poderia estar no ar... Eu, mesmo, não consigo ver mais de dois minutos! Mas se todos assistíssemos, veríamos a quantidade de absurdos que são jogados na nossa cara - <b>E A GENTE AINDA VOTA NOS CRIADORES DE TAL COISA!</b></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0.9pt 0pt 0cm; TEXT-INDENT: 72pt; TEXT-ALIGN: justify">Galera, cidadania não está em se vestir de verde e amarelo durante um mês pra depois passar os próximos três anos e 335 dias querendo ser norte-americano ou europeu e fingindo que não tem o pé na senzala! Só quero que se lembrem de uma coisa... Ronaldinho, Ronaldo, Kaká... todos estes que estão lá recebem cerca de vinte e três reais POR MINUTO. Você, que tem um trabalho comum, não recebe nem UM CENTAVO por este tempo.</p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0.9pt 0pt 0cm; TEXT-INDENT: 72pt; TEXT-ALIGN: justify">"O Brasil se tornou hexa! - IUPIIIII!!!"; "Meu cartão de crédito, foi saldado?" - Não, meu querido... enqüanto você está parado/a aí na frente da tv, as coisas andam no Senado, nos Congresso, nas Câmaras, nos Palácios espalhados pelo País... a vida segue e a gente só percebe a tela cheia do verde do gramado vizinho, que nem é tão verde assim, de tanto frio... pensem bem...</p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0.9pt 0pt 0cm; TEXT-INDENT: 72pt; TEXT-ALIGN: justify">E TENHO DITO!</p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0.9pt 0pt 0cm; TEXT-INDENT: 72pt; TEXT-ALIGN: justify">E, além do mais, se esta seleção continuar jogando de salto alto como no primeiro jogo, nem das oitavas vai passar...</p><hr /><br />Meu mais sincero pesar à família do Bussunda, um dos meus grandes ídolos de infância e adolescência e referência no humor ácido e escrachado... agora, no <i>Casseta</i>, sempre estará faltando algo... <hr /><br />Um grande abraço pro compa Luiz, mandando toda a força pra tudo o que ele precisar, mesmo estando a quatro horas de avião e mais umas três de buses.Tomhttp://www.blogger.com/profile/01139505404763775141noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-14930970.post-1150147768775395602006-06-12T14:23:00.000-07:002006-06-12T14:41:02.910-07:00<a href="http://photos1.blogger.com/blogger/1456/1909/1600/arbus_sword.3.jpg"><img style="CURSOR: hand" alt="" src="http://photos1.blogger.com/blogger/1456/1909/320/arbus_sword.3.jpg" border="0" /></a><br /><a href="http://photos1.blogger.com/blogger/1456/1909/1600/arbus_sword.3.jpg"></a><br /><div align="left"><span style="font-family:verdana;font-size:180%;color:#cc6600;"><strong>um mundo de anjos tortos<br /></strong></span><br /><br /><span style="font-family:verdana;"><span style="font-size:85%;"><strong>BEM SEI QUE ALGUMAS VEZES</strong> o futebol modifica a rotina do planeta. Como na Roma, onde os gladiadores cumpriam esse papel, à custa da própria vida. Como na Grécia, que se mobilizava pelos Festivais Dionisíacos. Mas eram outros tempos. E o mundo também tinha menos densidade demográfica.<br />Bem sei que naquele tempo como agora, a velha máxima do “Panis et Circenses” continua atual.<br />Durante a Copa do Mundo, esquecemos desavenças, inimizades, corrupção, política, pobreza, diferenças. O que, por um lado, é bom, saudável. Mas, ainda assim, a Copa do Mundo não passa de anestésico.<br />E a dor de cabeça sempre volta depois. Às vezes mais forte.<br />Bem sei também que o saldo é bastante positivo. Os povos e as nações se confraternizam, novas amizades são feitas, o esporte infla um desejo de competição saudável, agregador, coletivista. Muito diferente do sistema capitalista em que vivemos.<br />Se eu fosse candidato à presidente da Organização das Nações Unidas e, se essa organização gozasse de credibilidade, eu proporia uma Copa do Mundo por ano. Uma vez em cada país. Com eliminatórias nos restantes dos meses.<br />Proporia também que o esporte fosse o regente e a mola-mestra de um novo sistema de capital.<br />Nem socialismo, nem comunismo, nem capitalismo.<br />Sistema de Futebol. Onde todos precisam de todos, para o objetivo comum.<br />Bem sei que nesse caso, o Brasil seria sim, o país do presente, a potência futebolística, o lugar das oportunidades.<br />Mas também sei que só futebol não nos livraria das mazelas que o ser humano carrega desde o ventre das cavernas, quando ainda andava sobre quatro patas.<br />Porque o homem é um bicho torto por natureza. E sistema nenhum há de funcionar sob este aspecto.<br />Mas Garrincha também era torto e encantou o mundo.<br />Portanto, minha última sugestão como gestor da ONU seria propor também, o renascimento do homem, com o homem assumindo seu lado torto, falho, torpe.<br />E todos jogariam futebol, felizes. Até os que não sabem jogar, teriam lugar nos times.<br />Afinal, a gente sempre dá um “jeitinho” nas coisas, não é mesmo?<br /><br /></span></span><span style="font-family:verdana;"><span style="font-size:85%;"></span></span><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;color:#cc6600;"><strong>wallace puosso</strong></span> </div>Anonymousnoreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-14930970.post-1149735395448249492006-06-07T19:44:00.000-07:002006-06-07T19:56:35.480-07:00<div align="center"><span style="font-size:180%;"></span> </div><div align="center"><span style="font-size:180%;">O Milagre</span></div><div align="left"><br /><br /><br /><br /><br />O Carlos tinha uma paixão danada por futebol, em especial pela Seleção Brasileira. Adorava as épocas de Copa, como essa em que estamos agora. No alto dos seus 68 anos de idade, acompanhava com paixão desmedida todas as partidas em que o Brasil jogava, e se sentia o próprio décimo-segundo jogador.<br /><br />Sua vida era dedicada ao futebol, a torcer pelo seu time de coração. Claro que, enquanto a seleção verde-amarela não estava em campo, ele tinha o seu clube de coração, e esse era o Corinthians. Falando em coração, o Carlos era cardíaco até a ultima aorta, o que fazia com que cada jogo disputado pela Seleção e/ou Corinthians fosse, além de uma grande diversão (ou discussão, dependendo do resultado), uma série de preocupações aos seus amigos, que sempre o acompanhava nos barzinhos onde se tinha a maior concentração de torcedores.<br /><br />O que nenhum desses amigos do Carlos sabiam (mas eu sabia, porque alguém lá da família dele me contou, mas não vou passar essa informação a vocês, sinto muito, porque nunca é bom ficar falando as fontes por aí sem pedir permissão, não é mesmo?) é que ele tinha um sonho. Conhecer o maior jogador de todos os tempos, para ele. Mane Garrincha. Carlos vivia suspirando pelos cantos, dizendo maravilhas do “anjo das pernas tortas”, que ele era isso, que ele era aquilo. Os companheiros leais de Carlos já nem davam mais atenção quando ele falava daquela partida em que o Garrincha pegava a bola no meio-de-campo, passava por três zagueiros, enganava o goleiro com um jogo de corpo e fazia o gol com a maior facilidade do mundo, como se ele sempre tivesse feito aquilo, como brincadeira. Ele nem lembrava mais qual jogo era, qual time era o adversário, mas se lembrava daquela jogada. E suspirava pelos cantos, o fanático Carlos...<br /><br />Pois bem: na última Copa, o Carlos estava afoito. Queria porque queria ver a final do Brasil contra a Alemanha lá da casa dele, porque estranhamente ele queria ter privacidade para vibrar com o jogo. Seus colegas de bar (e de vida) estranharam bastante, mas aceitaram. E ele ficou sozinho. Melhor, sozinho não: ele e a TV. Na verdade, ele e mais 140 milhões de brasileiros (isso incluindo aqueles que não gostam de futebol, mas adoram uma festinha de comemoração, pelo menos).<br /><br />Era madrugada. O jogo havia começado, e estava empatado sem gols. Carlos, com uma desbotada camisa da campanha do Tricampeonato (escrito assim mesmo, em maiúscula, como o velho fanático sempre passou para o papel sempre fazia), sofria sentado em seu sofá. Agonia. Agonia. Agonia... eis que de repente, Ronaldo avança (Carlos levanta), chuta (Carlos avança), o goleiro alemão rebate (Carlos avança mais), o mesmo pega o rebote e...<br /><br />Stop. Foi bem aí que o Carlos teve uma pontada no peito e viu tudo escurecer por um segundo.<br /><br />Quando recobra a consciência que perdeu por milésimos de segundo no apagão em seu corpo, ele se vê estirado no chão de sua pequena sala. Levanta-se, olha a TV. A imagem estava congelada no exato instante em que a bola passava pela linha que separa o grito de gol do resto do jogo. Assustado, olha para os lados. Nada vê. De repente, a imagem na televisão some, e um clarão saído do aparelho toma conta do lugar. Carlos, com muito esforço, consegue enxergar o que está acontecendo dentro de seu aparelho televisor: no lugar das imagens do jogo, um estádio completamente lotado de pessoas vestindo verde e amarelo, mas com apenas um jogador no meio do campo. Logo, o fã reconhece o seu ídolo: quem está ali parado no campo é Mane Garrincha. Emocionado, Carlos ameaça sentar-se novamente em seu sofá quando ouve o eterno craque chamar seu nome. Atordoado, olha para os lados para ver se não é nenhum engano, mas Garrincha o chama novamente, e faz um gesto para que ele entre no campo. O velho dá alguns passos em direção a sua televisão, e logo a luz branca consome novamente o quarto, voltando para a TV e levando Carlos junto consigo.<br /><br />O corpo de Carlos foi encontrado na manhã daquele dia, pelos mesmos amigos que o deixaram lá no meio dessa história. Enfartado. Provavelmente por conta da emoção do gol do Brasil. Carlos morreu como viveu: vibrando.<br /> (Como eu sei de tudo isso? Ora, meus amigos, não preciso ser psicografista, nem vidente nem médium. A gente sabe que foi assim e pronto. Para quem não acredita, os dois últimos parágrafos são pura tolice. Mas, para aqueles que acreditam que quanto mais se deseja uma coisa, ela acontece, ah!, tenham certeza: essa história é a mais pura verdade. E tenho dito.)</div>Luiz Henrique Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/01169347383371874552noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-14930970.post-1148753412019352882006-05-27T11:03:00.000-07:002006-05-27T11:10:12.040-07:00<strong><span style="color:#ffcc33;">No Fundo do Quintal</span></strong><a href="http://photos1.blogger.com/blogger/2518/1384/1600/Pandeiro.jpg"></a><br /><br /><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://photos1.blogger.com/blogger/2518/1384/320/Pandeiro.jpg" border="0" /><br />Esta estória se passa no Rio... Ali, em um daqueles subúrbios sem nome...Ali, num corredor daquele labirinto... Ali em uma daquelas malocas... Ali, passando dois barracos do botequim... Na casa da Gleice...<br /><br />Ali, hoje, é dia de pagode. Ali, no fundo, lá está o pessoal reunido. Os amigos de Gleice todos são convidados e todos eles comparecem pro “sábado da Gleice”<br /><br />Juntam-se todos em grande motim em pequeno espaço. Arivaldo no pandeiro, Ticinho no cavaquinho e Tomás juntamente com Gabriel no tamborim. A noite é daquela rodinha... Todos sorridentes, é festa de fim de semana e só. A mulherada toda cheia do charme na cerveja, os caras no bate-papo sobre futebol, e alguns no aquecimento da cantoria...<br /><br />Equanto do lado de dentro do barraco, Gleice fica pensativa em frente ao espelho...<br /><br />“ Mais uma festinha... E...<br /><br />Às vezes imagino como seria melhor se o dinheiro comprasse mais. Seria tão sofisticado... É tudo tão simples aqui... Imagino se eles não enjoaram, e se não irão enjoar. Enjoar das vozes, e dos comes e bebes. Enjoar de mim e da minha casa. Nós sabemos que nunca teremos mais que isso, e também que poderíamos ter algo muito melhor. Mas e o nosso dinheiro?? É tão pouco..."<br /><br />"Nasci pobre e acho que vou ter que morrer assim. Nessa festinha, sempre! Temos apenas cerveja e salgadinhos, a maioria tem o cabelo ruime pouco dinheiro. Somos pobres ... E o luxo é pros ricos... Há algo melhor que uma festa luxuosa?"<br /><br />"Daquelas com comidas que você experimenta pela primeira vez. Aquelas mulheres com o cabelo ótimo, jogando pra lá e pra cá, naquelas valsas e músicas clássicas... E os homens hein... Cada homem rico... O que tem de melhor que uma festança cheia de glamour e vozes descontraída falando sobre assuntos inteligentes e celebridades da noite? E o que tem que seja melhor qu..."<br /><br />- Gleice, vem logo que começou!!! – Grita uma integrante da mulherada.<br /><br />Gleice vai para o lado de fora da casa. Segue o estreito corredor. Olha para os rostos sorridentes. Analisa os sorrisos, um a um. Ouve as vozes e os gestos que a convidam pra sambar. Começa a música. Dá o primeiro passo pra dentro da roda. Um pé aqui, outro lá.<br />O quadril treme, as mãos deslizam no ar, os pés são rápidos, e aquela energia cinética lhe sobe até a cabeça. Gleice mexe, e vira, e gira, e em toda aquela movimentação o samba faz o mal sair. Só alegria. E ela acaba de responder aquela dúvida que há pouco tinha...Anonymousnoreply@blogger.com7