terça-feira, 18 de junho de 2013


foto: http://poetasdonegro.blogspot.com.br/2010/09/revolucao-poetica.html
“A mão que toca um violão, se for preciso, faz a guerra. Mata o mundo, fere a terra. A voz que canta uma canção, se for preciso, canta um hino. Louva a morte.”
(Marcos Valle, Paulo Sérgio Valle)


Os ventos sopram hoje de um modo diferente. O trânsito está anormal para um dia como hoje, para esta hora. As pessoas parecem silenciosas, mas seus olhares, seus modos, seus poros gritam alto e tornam o silêncio ensurdecedor.
Há mais coisas que se podem ver em tal calmaria. É tudo falso, é tudo um prelúdio, igual à calmaria que dizem anteceder um tsunami ou um tornado.
A situação foi levada por muito tempo, e chegou às raias do insustentável. O bom humor, uma hora, cedeu à necessidade de falar sério. Mas não é apenas uma pessoa a falar. Se uma andorinha, apenas, não faz verão, que cheguem mais veranistas. É assim que se percebe um movimento.
Logo, um único assunto em pauta, como conversa de bar, trará outros. Todos com sua devida urgência e revolta, vários deles tão interligados que mal dá para saber onde termina um e começa o outro. Como uma fagulha num depósito de pólvora, todas estas vozes falarão juntas, ávidas por ouvidos que a escutem e mãos que façam acontecer as mudanças esperadas.
E então, quem está realmente pronto para aquilo que está por vir?